Havia uma vez uma grande construção, erguida com esmero e dedicação ao redor de um sonho compartilhado. Neste lugar, um engenheiro sábio e um mestre de obra habilidoso trabalhavam em harmonia, guiando a edificação com maestria. No entanto, um dia, o engenheiro e o mestre de obra decidiram abandonar seus postos diante das falhas de um dos pedreiros, cuja execução deixava a desejar.
Eles, como guardiões da integridade da obra, exigiram do proprietário do edifício que demitisse imediatamente o pedreiro que fora negligente, ou então eles próprios se retirariam.
E assim, diante dessa encruzilhada, surgiu a questão:
seria prudente impor uma decisão onde a contrapartida fosse o auto-afastamento? O engenheiro e o mestre de obras, com toda sua experiência, estariam agindo com sabedoria ao colocar em questão a integridade da comunidade?
Seria mais prudente e produtivo o engenheiro e o mestre de obra supervisionarem o pedreiro, do que se afastar da responsabilidade perante todos os trabalhadores?
Há mistérios que o tempo e a prática resolvem.
Naquela construção, onde quase uma centena de trabalhadores se esforçava diariamente, cada um desempenhando seu papel como as abelhas em uma colmeia, havia mais do que simplesmente a execução de tarefas. Havia histórias, sonhos e aspirações entrelaçadas, até mesmo para o pedreiro negligente.
Um colmeia sobrevive com a abelha rainha, mas isso não parece um cenário feliz para a comunidade onde muito já se fez! Ninguém cresce sozinho, mas sozinho é possível eliminar-se.
E embora o pedreiro em questão pudesse estar passando por uma fase difícil, assim como o engenheiro e o mestre de obra também poderiam ter seus momentos de fraqueza, havia algo que o tempo costumava resolver. Afinal, cada tijolo mal colocado poderia ser corrigido, e cada erro poderia se tornar uma lição valiosa se a oportunidade fosse dada.
Assim, em meio aos desafios e dilemas que enfrentamos, esta parábola nos convida a refletir sobre a sabedoria que reside na ponderação e na compreensão das complexidades da vida. Às vezes, é fácil sucumbir à pressão do momento e buscar soluções simplistas, sacrificando o bem-estar coletivo em prol de uma suposta correção imediata. No entanto, é nos momentos de dificuldade que a verdadeira grandeza se revela: na capacidade de enfrentar os obstáculos com sabedoria, compaixão e uma visão de longo prazo.
Que possamos aprender com os mestres da construção, que nos ensinam que nem sempre a resposta mais fácil é a melhor, e que às vezes é necessário enfrentar desafios aparentemente insuperáveis com paciência, resiliência e uma dose saudável de humildade. Que possamos construir nossas vidas e comunidades sobre alicerces de compreensão mútua, respeito e solidariedade, sabendo que, no final, é o trabalho árduo, a perseverança e a compaixão que nos levarão ao sucesso duradouro.
Andréa Andres
Filha, mãe, médium e irmã.
