Na vastidão espiritual da Umbanda, encontramos um refúgio acolhedor para todos os que buscam conforto e orientação. No entanto, ser umbandista é mais do que apenas participar de rituais e cerimônias. É uma jornada repleta de experiências e desafios que nem todos estão preparados para enfrentar.
Ao adentrar em um terreiro pela primeira vez, o novo médium muitas vezes se vê envolto em um mundo de magia, onde o cenário parece perfeito para a cura de todas as suas dificuldades. É importante compreender que a Umbanda é, de fato, excelente tanto para a assistência dos consulentes quanto para os médiuns, mas nem todos estão destinados a seguir esse caminho.
Muitos médiuns acabam por se decepcionar com a casa e com a Umbanda, pois não compreendem a jornada que traçaram em suas mentes. No início, tudo parece fantástico, movido pela paixão e livre de defeitos. No entanto, o cotidiano da Umbanda é árduo, exigindo dedicação e comprometimento.
Lembro-me de uma vez, durante um ritual especial que deveria ser realizado em um feriado, uma entidade nos lembrou que o nome do trabalho era “Obrigação”. Quando questionado sobre a necessidade desse cronograma, ele respondeu com sabedoria: “Filho, o nome é obrigação por um motivo. Precisa ser feito conforme o combinado.”
Ao se decepcionar, procure uma pessoa mais velha para conversar, preferencialmente um médium que tenha afinidade. Reserve as críticas para você, estabeleça um diálogo mais com perguntas do que com respostas. Procure sentir suas entidades, elas lhe orientarão sobre o que fazer: seja por intuição, por sonhos ou por consultas. Não fale de ninguém sem a pessoa envolvida estar presente, isso preserva muitas coisas.
A jornada na Umbanda é uma experiência única, repleta de altos e baixos, mas é na entrega e na dedicação que encontramos a verdadeira essência dessa religião. Que possamos todos caminhar com sabedoria e humildade, prontos para aprender e evoluir a cada passo dado.