A prática da Umbanda vai muito além das paredes do terreiro. Ser umbandista não é apenas uma identidade que carregamos durante os rituais, mas uma essência que deve ser vivida diariamente. Os princípios fundamentais de caridade, acolhimento e respeito não devem ser reservados apenas para os dias de gira; eles devem ser incorporados em todos os aspectos da vida do médium.
Quando nos identificamos como umbandistas, estamos nos comprometendo não apenas com as entidades e guias espirituais, mas também com um modo de vida permeado por valores sagrados. Isso se reflete em nossas ações, decisões e na forma como enfrentamos os desafios cotidianos.
Assim como nos preparamos ritualisticamente para os dias de gira, é crucial questionarmos: como nos preparamos para enfrentar o mundo lá fora? Como cuidamos da nossa saúde financeira, do nosso trabalho, e principalmente, das relações familiares? Esses são aspectos da vida que, muitas vezes, são comparados ao zelo dedicado ao terreiro.
Em dias de gira, seguimos rituais específicos, como banhos de ervas, preceitos e mentalização positiva. No entanto, ao nos dirigirmos para nossas ocupações diárias, é vital considerarmos o nosso preparo mental e espiritual.
Como gerenciamos o consumo de álcool e outros vícios?
Controlamos nossas palavras e pensamentos?
Mantemos o silêncio da mente em meio ao caos diário?
Zelar por si mesmo não deve ser uma prática exclusiva dos dias de trabalhos mediúnicos. Da mesma forma que a roupa branca não deixa de nos representar quando a colocamos para lavar, nossa jornada espiritual não se desvincula de nós em momentos de rotina desregrada.
Cada escolha, cada atitude, ecoa nos planos espirituais. O compromisso com a Umbanda transcende os limites do terreiro e se manifesta em nossa conduta diária. Que a nossa jornada seja guiada pelos princípios sagrados, não apenas nos momentos de ritual, mas em cada respirar, em cada escolha, sendo um reflexo fiel da luz que buscamos manifestar no mundo. Que o zelo por nós mesmos e pela nossa jornada seja uma prática constante, transformando cada instante em um ato de amor e respeito à espiritualidade que nos guia.
Para reflexão:
1. Como tenho aplicado os princípios de caridade, acolhimento e respeito no meu dia a dia, fora do ambiente do terreiro?
2. Qual é o meu preparo mental ao sair para o emprego ou atividades diárias? Como alimento meus pensamentos, palavras e ações?
3. Qual atenção que dou à minha saúde financeira, ao meu trabalho e ao cuidado com a minha família?
4. Tenho mantido a pureza da minha “roupa branca espiritual” mesmo em meio aos desafios diários e excessos?
5. Ao analisar meus hábitos que ajustes posso fazer para alinhar minha jornada espiritual com meus compromissos do dia a dia?
